terça-feira, 16 de outubro de 2012
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Lançamento do Livro a Redenção de Deus: Sobre o Diabo e a Inocência
Não perca!! Dia 22 de Agosto haverá o lançamento do mais novo livro da editora Via Verita, A Redenção de Deus, que será acompanhado com debates.
Não só contaremos com a presença dos próprios autores como também de:
Alcio Braz - monge zen budista, psiquiatra, psicanalista e antropólogo.
Edson Fernando - doutor em teologia, professor de teologia do Benett e da faculdade batista de teologia.
Marco Antônio Casanova - doutor em filosofia, professor de filosofia da UERJ.
As 19:00 no Instituto Metodista Benett (Flamengo - Rua Marques de Abrantes 55, 22230-060 Rio de Janeiro)
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Queridos amigos,
Estarei diariamente no espaço do blog, a fim de discutir temas ligados à tradição fenomenológica e hermenêutica em geral. Para tanto, uma vez que é preciso começar por algum lugar, vou falar um pouco sobre o meu novo livro, que deve sair até o final do ano: Eternidade frágil: Ensaio sobre temporalidade na arte. O mundo contemporâneo entre o niilismo e a eternidade. Comecemos com uma pequena passagem do livro: "A arte é constitutivamente um fenômeno do tempo. Não porque a arte se encontra simplesmente no tempo e é assim necessariamente expressão de sua época; não porque ela dá voz às vivências subjetivas do artista e às suas experiências paradigmáticas para a fundação e reconstrução da visão de mundo dessa época; nem tampouco porque ela se encontra imersa na rede causal de acontecimentos históricos que foram tornando possível o surgimento de certas possibilidades artísticas, de certos estilos, correntes e modos de criação. Ao contrário, a arte é constitutivamente um fenômeno do tempo, porque o tempo mesmo é o horizonte originário de mostração da arte. E isso de duas formas diversas. Por um lado, toda obra de arte funciona como um campo efetivo de temporalização do mundo, como um âmbito no qual a temporalidade mundana se descobre em sua dimensão mais primordial. Em toda nota musical e em cada palavra, em toda cor e em cada passo da dança, em toda linha arquitetônica e em toda forma escultural, em suma, em todo e em cada movimento criador, uma determinação temporal vem à tona e abre simultaneamente um campo de jogo para que o tempo do mundo ganhe corpo. Por outro lado, o próprio horizonte temporal demarca o modo como o tempo da arte a cada vez se temporaliza e pode se temporalizar. A relação entre mundo e tempo jamais se determina apenas na obra de arte, mas já sempre se apresenta como o acontecimento do qual a própria arte retira a força de sua dinâmica de temporalização. Há, com isto, um elo primevo de ligação entre a arte e o horizonte temporal mundano, que se funda ele mesmo no fato de a arte ser tanto arte do mundo em seu tempo quanto o mundo é mundo do tempo da arte".
Um abraço
Marco Casanova
Estarei diariamente no espaço do blog, a fim de discutir temas ligados à tradição fenomenológica e hermenêutica em geral. Para tanto, uma vez que é preciso começar por algum lugar, vou falar um pouco sobre o meu novo livro, que deve sair até o final do ano: Eternidade frágil: Ensaio sobre temporalidade na arte. O mundo contemporâneo entre o niilismo e a eternidade. Comecemos com uma pequena passagem do livro: "A arte é constitutivamente um fenômeno do tempo. Não porque a arte se encontra simplesmente no tempo e é assim necessariamente expressão de sua época; não porque ela dá voz às vivências subjetivas do artista e às suas experiências paradigmáticas para a fundação e reconstrução da visão de mundo dessa época; nem tampouco porque ela se encontra imersa na rede causal de acontecimentos históricos que foram tornando possível o surgimento de certas possibilidades artísticas, de certos estilos, correntes e modos de criação. Ao contrário, a arte é constitutivamente um fenômeno do tempo, porque o tempo mesmo é o horizonte originário de mostração da arte. E isso de duas formas diversas. Por um lado, toda obra de arte funciona como um campo efetivo de temporalização do mundo, como um âmbito no qual a temporalidade mundana se descobre em sua dimensão mais primordial. Em toda nota musical e em cada palavra, em toda cor e em cada passo da dança, em toda linha arquitetônica e em toda forma escultural, em suma, em todo e em cada movimento criador, uma determinação temporal vem à tona e abre simultaneamente um campo de jogo para que o tempo do mundo ganhe corpo. Por outro lado, o próprio horizonte temporal demarca o modo como o tempo da arte a cada vez se temporaliza e pode se temporalizar. A relação entre mundo e tempo jamais se determina apenas na obra de arte, mas já sempre se apresenta como o acontecimento do qual a própria arte retira a força de sua dinâmica de temporalização. Há, com isto, um elo primevo de ligação entre a arte e o horizonte temporal mundano, que se funda ele mesmo no fato de a arte ser tanto arte do mundo em seu tempo quanto o mundo é mundo do tempo da arte".
Um abraço
Marco Casanova
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Eternidade Frágil: Ensaio de Temporalidade na Arte
Autor: Marco Antonio Casanova
As crises do pensamento ocidental no final do
século XIX geraram não apenas impasses para a manutenção e o
desenvolvimento do pensamento tradicional, mas também novas
possibilidades de reflexão. Uma dessas novas possibilidades se refere a
uma experiência bastante peculiar de tempo, a uma junção até então
impensável entre tempo e eternidade. Seguindo o caminho da arte como via
de acesso paradigmático ao tempo do mundo, o livro procura acompanhar
em três momentos diversos o movimento de temporalização produzido pelas
obras de arte.
Poesia e Vivência - Wilhelm Dilthey
Autor: Wilhelm Dilthey
Nesse clássico do pensamento estético do século XX,
Dilthey trata de maneira detida da articulação essencial entre poesia e
vivência. O que ele procura mostrar a partir de quatro ícones da
literatura alemã moderna (Lessing, Goethe, Novalis e Hölderlin) é em que
medida a poesia desempenha um papel privilegiado na reconstrução
compreensiva da visão de mundo de uma época. Poetas são aqui concebidos
como pontos de expressividade maior do espírito de um tempo, espírito
esse que vive nas poesias de maneira paradigmática.
Heidegger e a Tarefa da Filosofia
Autores: Jeff Malpas e Steven Crowell
Existem muitas possibilidades de aproximação do
texto de Heidegger. Existem aproximações apologéticas, inflamadas,
crípticas, assim como coerentes, rigorosas e reconstrutivas. O que
determina, porém, a qualidade de uma interpretação de um autor hoje
clássico como ele é justamente a capacidade que ela tem de funcionar
como um caminho de discussão de questões que ou bem não se encontravam
diretamente em jogo no horizonte de realização dos seus textos, ou bem
se encontravam imersas em um horizonte de sentido que as tornava por
demais particulares aos interesses argumentativos do seu autor. Uma
interpretação é tanto mais rica, em outras palavras, quanto mais ela for
capaz de descobrir novos caminhos de tematização de uma obra, se
articulando com a recepção histórica efetiva dessa obra e com as
possibilidades novas que sempre emergem daí. Exatamente isso, porém,
caracteriza em muito as leituras de Jeff Malpas e Steven Crowell.
Devotados a problemas ligados ao campo da ética e da filosofia
hermenêutico-fenomenológica, o leitor vai se deparando incessante- mente
com a oportunidade de, por vezes, seguir uma análise fina de contextos
heideggerianos, e, por outras vezes, acompanhar uma consideração de
problemas com bases heideggerianas, sem uma direta menção a Heidegger.
Com isso, o pensamento oscila aqui entre o trabalho de tematização e de
exposição livre, entre o foco temático e a exegese autoral. Essa mistura
dá vida aos textos que vamos lendo, sem que em momento algum se
prescinda do rigor. O que temos aqui, portanto, é uma oportunidade ímpar
de superar a tensão por vezes estéril entre erudição e pensamento,
entre o domínio amplo de um autor e a livre dinâmica do pensar.
Ideias sobre uma psicologia descritiva e analítica
Autor: Wilhelm Dilthey
Neste texto clássico, Wilhelm Dilthey estabelece
uma distinção fundamental para o projeto de sua hermenêutica, ou seja,
para o projeto de sua fundamentação hermenêutica das ciências humanas e
de sua crítica da razão histórica: trata-se da distinção entre uma
psicologia descritiva e analítica e uma psicologia explicativa e
construtiva. Enquanto uma psicologia explicativa caracteriza-se, segundo
ele, pela tentativa de transpor os princípios de determinação das
ciências naturais para o interior da apreensão dos fenômenos psíquicos
em geral, para o mundo interno da vida do conhecimento, a psicologia
descritiva não parte de uma construção hipotética e dedutiva de modelos
teóricos voltados para a apreensão das determinações quididativas e das
leis e princípios reguladores dos fenômenos internos, mas busca antes se
imiscuir na vida mesma desses fenômenos como um todo. Diferentemente da
psicologia explicativa, que cinde incontornavelmente os fenômenos de
seu nexo estrutural completo, a psicologia descritiva parte das
dimensões particulares do fenômeno e procura analisar a partir daí a
ligação entre o fenômeno e a vida do fenômeno.
Os dois nascimentos do homem: escritos sobre terapia e educação na era da técnica
Autores: João Augusto Pompéia e Bilê Tatit Sapienza
Em Os dois nascimentos do homem: escritos sobre
terapia e educação na era da técnica, João Augusto Pompéia e Bilê Tatit
Sapienza apresentam um amplo diálogo com temas centrais da terapia e da
educação no mundo contemporâneo. A partir de uma consideração sempre
pontuada por uma recurso aos mitos e às histórias que nos foram legadas
pela tradição, temos a oportunidade de acompanhar no livro uma discussão
cerrada sobre a condição humana, o existir, a liberdade, a ética, o
lugar da terapia em um tempo tomado pelo ideal da eficácia entre outros
temas de grande importância para todos nós. O ponto de partida do livro é
certamente a ideia heideggeriana do ser-aí humano como um ente marcado
por suas determinações existenciais próprias. De qualquer modo, a grande
qualidade do texto está em não se manter preso à linguagem conceitual
heideggeriana, mas em tratar sempre com desenvoltura dos problemas, sem
qualquer inserção de uma linguagem hermética e fechada.
A existência para além do sujeito
Autora: Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo
O final do século 19 representou um momento de
crise radical de paradigmas. Com a falência do modelo teórico
tradicional e com a supressão de toda e qualquer possibili-dade de
alcançar de maneira pura os universais, uma série de elementos até então
estruturais para o conhecimento e a apreensão da verdade caíram por
terra. Noções como a coisa em si, a essência, a alma e o sujeito entre
outras perderam a sua obviedade e passaram a se mostrar como passíveis
de serem colocadas em questão. Com isto, a existência e a concretude
existencial que lhe é correlata passaram a desempenhar um papel central
em todo um conjunto de reflexões determinantes para o modo de ser do
pensamento contemporâneo. Tais dilemas e impasses, contudo, não
permaneceram restritos ao campo da filosofia e da teoria do
conhecimento, mas se estenderam muito mais desde o princípio para o
interior das ciências humanas em geral e da psicologia em particular.
Assim, surge a pergunta: O que significa, afinal, levar a termo uma
psicologia para além da subjetividade? Responder a essa pergunta é a
tarefa primordial do presente trabalho, que procura se valer da tradição
hermenêutico-fenomenológica como uma tradição capaz de reconciliar a
existência para além do sujeito com a verdade da experiência própria de
cada um. Assim, o presente livro segue uma vez mais a esteira de uma
psicologia em foco, de uma psicologia que toma o foco fenomenológico
como o elemento central de nossas experiências existenciais.
O que é Esclarecimento?
Tradução de Paulo Gil Ferreira
A presente coletânea reúne uma série de textos de
autores clássicos que giram em torno da pergunta “O que é
Esclarecimento?”. Dentre esses autores, o mais importante é sem dúvida
alguma Immanuel Kant, que se encontra presente na coletânea com o famoso
ensaio “Resposta à pergunta: O que é o esclarecimen-to?”. No entanto,
textos clássicos não costumam nascer sem estarem acompanhados de uma
geração de outros discursos que tratam quase do mesmo tema. Ao
contrário, eles sempre surgem juntamente com outros textos que o
complementam, mesmo quando o contradizem. É isto que temos a
oportunidade de acompanhar, então, nos extratos maximamente
significativos de Moses Mendelssohn “Sobre a pergunta: o que quer dizer
esclarecer?”, assim como de Hamman e de Schiller, que apontam os dois
claramente para os limites da crença kantiana nos poderes autônomos da
razão e que se contrapõem até certo sentido aos textos de Kant, de
Andreas Riem e de Herder. De qualquer modo, o que temos aqui é,
portanto, uma oportunidade ímpar de compreender não a posição de um
autor específico sobre o conceito de Esclarecimento, mas o contexto
espiritual no qual surgiu o debate sobre o Esclarecimento.
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